domingo, abril 15, 2012

A má-fé como modo de ser



Só mesmo por fanatismo ideológico, por interesse próprio ou por distracção é que ainda é possível ter dúvidas sobre o carácter político desta maioria e destes governantes. De facto, o nível da argumentação sobre as pensões antecipadas, o serviço nacional de saúde, a educação e a escola públicas, as prestações sociais, a idade da reforma, a privatização encapotada da segurança social, envolve um tal nível de cinismo que só pode explicar-se ou por má-fé ou por cobardia politica ou por ignorância ou, o que é o mais certo, por tudo isto junto.

Esta direita que nos governa ou tem vergonha de assumir as suas convicções, ou tem medo, e por isso anda permanentemente à procura de bodes expiatórios, a técnica ancestral dos cobardes para aliviarem a consciência e para estimularem a sede de vingança e as paixões populistas. O problema desta ‘técnica’ é que quem a utiliza precisa de estar sempre a encontrar novos bodes expiatórios para alimentar a ‘besta’… E apesar de
    les boucs émissaires [serem] souvent ceux qui démontrent des qualités extrêmes : richesse ou pauvreté, beauté ou laideur, vice ou vertu, force ou faiblesse”,
      (GIRARD, René, Le Bouc émissaire.Grasset.1982)
a verdade é que esta direita que governa tem uma especial preferência pelos mais fracos e pelos mais pobres.
    Afonso

2 comentários :

Fernando Romano disse...

UM APELO PATRIÓTICO COM PALAVRAS DE EÇA DE QUEIROZ:

-À IMPRENSA LIVRE (Extensivo às "arrastadeiras" deste governo com uma réstea de vergonha na cara),
-AOS DEPUTADOS DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA..
-À DIREÇÃO DO PARTIDO SOCIALISTA.
-A TODOS OS DEMOCRATAS E PATRIOTAS.

Excerto de um artigo de jornalismo de Eça de Queiroz, de 24 de Março de 1867, Vol. 4, ´págs. 440/441, "Obras de Eça de Queiroz", Ed. Lello & Irmão:

"Esta é a ideia única, a que toda a imprensa se deve ligar, que se deve ensinar ao povo, que se deve pregar como o verbo de salvação. Destruir a maioria.
O Governo está levando o País à miséria pelo imposto, à estiolação pela centralização, ao fim da liberdade pelo começo da polícia e das instituições reacionárias. O Governo está abandonado pelo País e apoiado pela maioria. O Governo só tem a vida que a maioria lhe dá; os passos que ele dá para o mal, é ela quem os sustenta e os aplaude; o fim da maioria significa o fim do Governo; o fim do governo significa o fim da vexação.

Ora, será muito difícil ao País destruir a maioria? Não.

Os deputados da maioria são procuradores que atraiçoaram os seus constituintes.

O País pode cassar-lhes a procuração.

Se lha deu para que eles velassem pelo povo, e eles o estão vexando, tem o direito a chamá-los à acusação, a interrogar-lhes a consciência, e, se lá dentro encontrarem o negro gérmen da traição, cassar-lhes os mandatos"


Só não vê quem não quer mesmo ver. Este Governo penhorará cada vez mais, e deliberadamente, a nossa pátria a interesses estrangeiros, governará para manter essa dependência, como forma de chantagem sobre o povo, como credencial para continuar a criar em Portugal milhões de "excluídos", carenciados e dependentes de assistência à subsistência, em exclusivo interesse das castas de "incluídos". Este Governo sabe que mentiu, que burlou o povo, e nunca será parte séria de qualquer negociação.

Anónimo disse...

OFF Topic:

Afinal a força de intervenção portuguesa vai estacionar na...Madeira :))
Resultado: Uma operação de PR de PPortas que o governo bem precisa e de caminho dá-se um doce aos militares. Só um senão, o defice é capaz de aumentar mais um poucochinho.