Com o Governo preso por um arame e cada um dos ministros a tentar perceber o que fazer à vida (talvez já na próxima semana), Gaspar foi a Berlim e conseguiu que o seu homólogo Wolfgang Schauble - que conhece Portugal pelo gráficos do Excel de Gaspar - enviasse o recado essencial: para Schäuble, Vítor Gaspar é “o homem certo no lugar certo e no momento certo”. “Há sempre muitas expectativas a que não conseguimos corresponder, e muita especulação que se devia evitar, e Vítor Gaspar é um dos que nunca gera confusão nos mercados e sabe que só há um caminho para o sucesso”.
Traduzindo: "vocês corram com toda a gente - são todos substituíveis - mas no Gaspar ninguém toca".
Consta que Gaspar "utilizou vários gráficos que espelham o agravamento da dívida e do défice portugueses". Deve-se tratar de uma atualização daqueles slides que faziam parte do powerpoint que Gaspar utilizou no roadshow que fez no início deste ano e o levou a Londres e a outras capitais. Vale a pena voltar a esses slides, usando os dados para já conhecidos para 2012 e 2013 para se perceber como estar tudo a correr mal (ver as linhas tracejadas).
Quatro indicadores fundamentais – outros tantos falhanços. E, provavelmente, as estimativas para 2013 são muito otimistas, como a Moody’s já veio avisar.
Ah, já sabemos: a boa notícia é que o défice externo vai praticamente desaparecer em 2013. Bom, mas se esse é o critério para o sucesso do programa, então a Europa pode congratular-se e adicionar o programa grego aos casos de sucesso: é que a Grécia já apresenta um excedente externo. A explicação é a mesma na Grécia e em Portugal: o empobrecimento acelerado.
Traduzindo: "vocês corram com toda a gente - são todos substituíveis - mas no Gaspar ninguém toca".
Consta que Gaspar "utilizou vários gráficos que espelham o agravamento da dívida e do défice portugueses". Deve-se tratar de uma atualização daqueles slides que faziam parte do powerpoint que Gaspar utilizou no roadshow que fez no início deste ano e o levou a Londres e a outras capitais. Vale a pena voltar a esses slides, usando os dados para já conhecidos para 2012 e 2013 para se perceber como estar tudo a correr mal (ver as linhas tracejadas).
Quatro indicadores fundamentais – outros tantos falhanços. E, provavelmente, as estimativas para 2013 são muito otimistas, como a Moody’s já veio avisar.
Ah, já sabemos: a boa notícia é que o défice externo vai praticamente desaparecer em 2013. Bom, mas se esse é o critério para o sucesso do programa, então a Europa pode congratular-se e adicionar o programa grego aos casos de sucesso: é que a Grécia já apresenta um excedente externo. A explicação é a mesma na Grécia e em Portugal: o empobrecimento acelerado.
- Pedro T.
2 comentários :
A coisa está a passar do domínio das reuniões entre Ministros e Banqueiros, para o domínio das reuniões entre chefes de Estado e líderes da oposição.
Quando a camisa branca e a gravata começam a borrar-se de medo e os suores frios a invadir as meninges, o poder do dinheiro cede a vez ao pavor próprio de quem tem cu e uma rua para enfrentar todos os meses, ou todas as semanas, ou pior do que isso todos os DIAS E NOITES da sua vida, se as coisas não TOMAREM OUTRO RUMO.
Como dizia o "stor":
«Hast DU gehört, Herr Schäuble? Ich spreche mit DIR, ja, bist Du dumm?
Prof. Strassen.»
("- Ouviu bem, menino Schäuble? Estou a falar CONSIGO, sim, seu cabeça de burro! Ass.: Prof. Ruas.;
N. do Trad.).
Cada dia que passa estamos mais gregos...
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