quarta-feira, setembro 19, 2012

Seis medidas para sair do atoleiro

• José Reis, Em Portugal há povo, senhor ministro [hoje no Público]:
    'Perante um primeiro-ministro tão incapaz, sem prova de saber ou de fazer, falho da mais elementar capacidade para governar, reina o cônsul designado pelos mais soturnos centros de ideologia e de poder fáctico, o ministro das Finanças. É a ele que, adicionalmente, há que dizer coisas básicas: que destruirá a economia e condenará as empresas por não haver repartição digna de rendimento através do trabalho e que a linha vermelha do erro foi pisada em Portugal; que os custos salariais não são a fonte da competitividade, como o prova o facto de as empresas exportadoras terem níveis salariais mais elevados; que com benefícios errados às empresas gera apenas um pequeno núcleo de ganhadores ricos que se desprenderão ainda mais da economia portuguesa (é isso que já fazem os que colocaram as suas holdings lá fora, sob outra bandeira).

    É preciso ainda dizer que há ideias responsáveis que servem para fazer regressar a vida a uma economia ferida de morte e a uma sociedade ameaçada por uma longa e sombria "nova Idade Média". É possível dizer que os que se comprazem com o empobrecimento, porque julgam que só assim podemos existir, estão profundamente errados, para além de estarem perdidos no mundo fictício que criaram e nos querem impor. É preciso dizer que cada decisão tomada por estes ideólogos é uma fonte cruel de problemas, uma nulidade como solução. Eis seis sugestões realistas e alternativas, sabendo que outros podem acrescentar dezenas muito melhores: 1. Reposição imediata das mais grosseiras reduções dos rendimentos do trabalho; a economia pagá-las-á com crescimento. 2. Compromisso com a manutenção dessa base remuneratória por cinco anos (sim, em economia pode pensar-se a um pequeno prazo, não pode resumir-se a dizer que só se conhece o dia de hoje!). 3. Incentivo poderoso, através de Certificados do Tesouro garantidos, à poupança dos que podem poupar, em vez da submissão patética do financiamento do Estado aos "mercados", a que a cabeça ideológica dos que mandam reduzem o mundo. 4. Aposta deliberada em soluções de consumo, de mobilidade, de produção e trabalho, de qualificação das pessoas e de crédito sustentáveis, equilibradas e frugais feita através de uma política urbana e de pequenos centros no espaço rural, o que implica um contrato radicalmente novo com as autarquias (esta é a única "austeridade" que faz sentido). 5. Intensa renovação da capacidade exportadora através de acordos positivos, baseados na facilitação da ação empresarial e num compromisso com o emprego e os trabalhadores, com empresas, sectores, sistemas industriais locais. 6. Negociação no plano europeu de um programa de investimentos públicos politicamente assumido como um compromisso com a Europa baseado na coesão social e na inclusão do povo e na salvaguarda do seu direito a uma vida digna.'

3 comentários :

Anónimo disse...

Uma pessoa seria, com valor e de valores q o PS deveria ouvir e contar para futuras soluções governativas.

Anónimo disse...

Ò Palermas, quem é que acabou com os certificados de aforro? quem foi?

Max disse...

Caro José Reis:

Não tem pensar tanto. As soluções não estão todas no livro do Passos Coelho? Basta que ele "cumpra aquilo que assinou" e não nos mate antes de ir embora.