segunda-feira, outubro 29, 2012

O que afinal o Governo tem em mente é podar a vinha em pleno verão

• António Correia de Campos, Mostruário de atributos [hoje no Público]:
    7. O masoquismo. Como se sentem os dois partidos da extrema-esquerda portuguesa com o Governo de direitas que eles ajudaram a entronizar? Se calhar já se não lembram de que foram eles que se disponibilizaram perante a direita para derrubar Sócrates. Sem pingo de vergonha, pensarão o quê? Quanto pior, melhor? Que a redenção do fogo nas ruas salvará o país? Faço a ambos a justiça de reconhecer que os não creio capazes de tamanho despautério. Mas então como pensam vencer a crise? Claro que a saída de cena de Louçã pela esquerda baixa, como se diz em linguagem do teatro, nada tem a ver com tudo isto. Mero epifenómeno. Será ela o final da primeira fase de um movimento pretendidamente regenerador, ou o início da desagregacão de um projecto condenado ao falhanço?

    8. A refundação. Do primeiro-ministro surge a ideia da refundação do memorando com a troika. Ir às fundações, aos alicerces do Estado social (saúde, educação, segurança social) e revolvê-las. Esgotados os recursos de impostos, confessados trimestre após trimestre os erros de decisões políticas destruidoras da energia económica e social, admitida, sempre com atraso, a surpresa pela enorme diferença entre os manuais e a realidade, dispensada com sobranceria a cooperação com o PS e os portugueses, o Governo não sabe onde encontrar cinco milhares de milhões para buracos de 2013. Daqui a um ano vai dizer-nos, se ainda cá estiver, que precisa de mais três ou quatro mil milhões, ampliados pela definhante receita fiscal e assim sucessivamente, até à irremediável "refundação" da dívida. O que, afinal, o Governo tem em mente é podar a vinha em pleno verão. Cortar dois milhões a cada um dos três sectores que constituem o valor europeu da universalidade, solidariedade e equidade; destruir em uma penada um pacto social de gerações; lançar na miséria os deserdados da vida; despedir uns 150 mil trabalhadores; encerrar um terço dos centros de saúde, camas, serviços, hospitais, lares, infantários, escolas secundárias, politécnicos e universidades; não até à fronteira do impossível, mas até ao limite do buraco financeiro, cada ano diferente que, sem consulta prévia, aprofundou e depois, passivamente, se comprometeu a cobrir.’

5 comentários :

Tarefeiro disse...



Espera-nos de facto o Apocalipse, se não pusermos mãos à obra.

Luis Neves disse...

A falta de vergonha na cara deste sr.Correia de Campos , antigo ministro da saúde do governo socialista de Sócrates é impresionante!!!
Então ele não sabe como o país ficou à beira da falência ao fim de 6 anos e dos 2 governos deste senhor, e no 1º com Maioria Absulota. Mas este sr. Campos , acha que as pessoas não sabem quem foi o Partido e os Ministros que levaram o País à Bancarouta???

E ainda parece que quer voltar , se calhar para ser ele o primeiro-ministro ???
Amazing ....

Anónimo disse...

Oh "amazed", podes indicar-nos onde fica a "Bancarouta", lugar a que, dizes tu, Sócrates ter-nos-á "levado"?

Olimpico disse...


Luis Neves, vergonha, é ainda acreditar em "GAMBOZINOS" ou então o Sr. liderou alguns grupos
que contestaram ( partidáriamente) as reformas que Correia de Campos, fez e outras não consegui, pela desonesta atuação dos "GANGS" partidários....Bancarrota (?!) Um dia vamos saber o que era o PEC IV e o resto......Foi este o momento, que o poder ECONÓMICO/FINANCEIRO....mesmo falido, pela mão destes idiotas que nos governam, começaram a comandar a politica!!!! E quando isso acontece.....é o que estamos vendo.....pobre democracia....

Casimiro Baltazar da Conceição disse...



Luisinho, és cá um anjinho...


Acreditas piamento na nossa senhora da bancarrouta, mas não vês a falência do Povo, o definhar do País e o colapso das Famílias e das Pessoas concretas. És um anjinho e um artolas, espero que tenhas bem a noção disso.


O que não deves mesmo ter é a pretensão de vir aqui aborrecer quem não te pediu nada e insultar quem vale mais num pintelho do que tu no corpo todo. E até na alma, se acaso a tens...