terça-feira, novembro 20, 2012

Chamem-me o Álvaro


Na exacta altura em que estavam a ser julgados três alemães por terem prometido contrapartidas ao Estado português pela compra de dois submarinos que nunca cumpriram, o ministro Álvaro da Economia assinou (em 1 de Outubro de 2012) um novo contrato que revê o sistemas de contrapartidas, prevendo a reformulação de um projecto hoteleiro no Algarve, que por sinal está embargado.

Em suma, o que é preciso é desfaçatez.

O Estado português foi lesado, segunda a justiça, em mais de 30 milhões de dólares (comissões?) numa compra ruinosa de dois submarinos, feita quando Durão Barroso era primeiro-ministro e Paulo Portas ministro da Defesa Nacional. A ligação destas personagens à compra dos submarinos é tão óbvia que deixaremos aqui uma sugestão de que Durão Barroso passe a ser conhecido como Arpão e Paulo Portas como Tridente.

Onde é que está o dinheiro? Não existe. Não existe e não faz diferença porque vai ser “encaminhado” para um empreendimento hoteleiro embargado, o que vai permitir distrair o indigenato e os tribunais por mais dez anos.

O Álvaro portou-se como um verdadeiro amigo. Estão enganados aqueles que pensam que o homem não é político. É político — sim, senhor — e tem uma finíssima sensibilidade. Os Álvaros são para as ocasiões.

O ilustre causídico que defendeu os três réus alemães já veio dizer que o Ministério Público é burro e muito burro, porque as contrapartidas nunca foram prometidas a sério. Apesar de as contrapartidas constarem do contrato, aquilo foi tudo feito na reinação e estes 30 milhões de dólares destinaram-se certamente a uma causa mais nobre. Chama-se a isso simulação. A promessa de contrapartidas é nula, por ser simulada, segundo reza, pelos vistos, o Código Civil.

Nesta sensível matéria, tem a palavra a senhora Ministra da Justiça, ilustre defensora da transparência e combatente indómita do enriquecimento injustificado. Desta vez, ao contrário do que é habitual, Paula Teixeira da Cruz podia dizer que, afinal, a lei é só para quase todos…

5 comentários :

Anónimo disse...

excelente post

Anónimo disse...

Gente crápula sem vergonha.
E o outro é que ra o aldrabão. E as pps do Socrates é que eram más, mas estes nojentos escondem o facto de que os juros absurdos que estamos a pagar dizem todos respeito a ppps feitas no tempo do Cavaco...CRÁPULAS, CRIMINOSOS.
Deixa-te estar sentado no sofá, Zé, que quando deres por ela já nem teto tens...

Anónimo disse...

Chamem o Alvaro - não é preciso a Policia dos costumes e levá-lo para o Torel e fazer companhia ao João VA??

Anónimo disse...

Calma! Isto é um governo de gente séria!!!! è a gente séria dos Submarinos, do BPN, da Casa da Coelha, da Ponte Vasco da Gama, da urbanização do Meco (Isaltino/Santana), da mudança do Aeroporto para terrenos da SLN; Do Duarte lIMA E AMIGOS, do Major; do Isaltino, Das burlas do Fundo Social Europeu Etc e tal. E o culpado é o malandro que foi para Paris, ainda por cima estudar uma coisa que eles não compreendem, Filosofia!
Claro, tudo a bem da Nação e da gente séria com offshores!

Anónimo disse...



Ah, agora percebo melhor por que razão um ex-autarca comunista, de SESIMBRA (onde fica o Meco...), foi misteriosamente parar a assessor do... Isaltino, na C. M. de Oeiras!


O grande Ezequiel, que até já deu uma dentada num polícia municipal que tentou multar a sua filhinha, pois claro...