sexta-feira, novembro 23, 2012

"E a verdade, como uma vez mais se prova, acaba sempre por vir ao de cima"

Na última edição do Expresso (p. 11)


• Pedro Silva Pereira, A hora da verdade:
    'Não admira que tanta e tão inconveniente franqueza tenha sido objecto de censura prévia, numa altura em que Pedro Passos Coelho estava decidido a tudo para conquistar votos e chegar ao poder.

    "Já não tenho paciência nem a capacidade de filtrar o que digo", reconheceu Eduardo Catroga na sua entrevista ao Expresso desta semana. Provavelmente é verdade. Certo é que Eduardo Catroga, autor do programa eleitoral do PSD (de parceria com o actual secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas), acabou por revelar nessa entrevista o que até aqui era um segredo bem guardado: afinal, a versão original do programa eleitoral do PSD já previa, expressamente, o aumento dos impostos!

    Ao que explicou Catroga, essa versão admitia, no curto prazo, "a título excepcional e de emergência", um vasto programa de aumento dos impostos: aumento dos impostos sobre o consumo, reestruturações do IVA, agravamento das taxas do IRS, reestruturação dos benefícios fiscais, tributação das mais-valias. Só que todos esses "exemplos", assumidos no texto original, foram pura e simplesmente "cortados" no texto final divulgado, porque - como reconhece o próprio Catroga - "o PSD entendeu que não devia incluir essa parte no programa" (cfr. Expresso, 17-11-12, pág. 11, in "PSD escondeu aumento de impostos previsto por Catroga").

    Que o Governo tem vindo a aplicar, desde o primeiro dia, uma desastrosa estratégia de empobrecimento e austeridade além da ‘troika' (feita, justamente, de aumento de impostos, corte de subsídios e redução das prestações sociais) e que essa estratégia viola, de forma grosseira, todas as promessas eleitorais dos partidos da actual maioria - isso já todos tínhamos percebido. O que não sabíamos, mas ficámos agora a saber, é que o grau de premeditação desse escandaloso embuste político vendido aos portugueses foi total e absoluto. Não deixa, realmente, de ser extraordinário: ao mesmo tempo que, para consumo público, o PSD justificava a crise política com a necessidade de impedir "mais aumentos de impostos" (e recorde-se que na altura se discutia, essencialmente, a mera revisão dos benefícios fiscais no IRS...), o núcleo escolhido para redigir o programa eleitoral do mesmo PSD, que incluía pessoas bem próximas do líder do partido, escrevia, preto no branco, que era de admitir que um futuro Governo do PSD viesse a aumentar toda uma série de impostos, sobre o consumo e sobre o rendimento, incluindo, vejam só, as próprias taxas do IRS! Não admira que tanta e tão inconveniente franqueza tenha sido objecto de censura prévia, numa altura em que Pedro Passos Coelho estava decidido a tudo para conquistar votos e chegar ao poder.

    O que se seguiu, aliás com a prestimosa conivência do próprio Catroga, foi a apresentação aos portugueses, para fins eleitorais, de uma narrativa política encantatória, conscientemente enganosa e comprovadamente falsa, sobre aquela que alegadamente seria a estratégia governativa de um futuro Governo PSD, a qual se guiaria pela máxima mil vezes repetida em campanha: "austeridade sobre as gorduras do Estado, não sobre as pessoas".

    Mas também aí, na conversa sobre as "gorduras do Estado", agora que as eleições já lá vão e os votos foram amealhados, parece que os tempos são de franqueza. Basta ver a desenvoltura com que o próprio Secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, se dispôs a fazer, ainda bem recentemente (cfr. Expresso, 3-11-12, in "A despesa pública e a reforma do Estado"), a seguinte advertência pública: "Devemos realizar um debate sério e abandonar os discursos retóricos e inflamados sobre as famosas "gorduras do Estado", que apenas servem para desviar a atenção dos portugueses do que é essencial". Lê-se e não se acredita, eu sei. Mas juro que é verdade. E a verdade, como uma vez mais se prova, acaba sempre por vir ao de cima.'

10 comentários :

Justiça popular disse...



Elas cá se fazem, mas também cá se pagam. Os pintelhosos de todos os quadrantes e feitios que não se esqueçam disto: estão já todos em fila para o açougue.

Anónimo disse...


Este PSP um dos coveiros de Portugal se tivesse vergonha nem piava, mas esta gentinha deve pensar que os Portugueses são parvos e não têm memória. 6 anos de assaltos da corja socrática e amigalhaços chegaram para o descalabro do país e agora ainda têm a pouca vergonha de dar lições de moral. Enfim a cadeia devia ser o destino desta socratagem trapaceira.

Anónimo disse...

Ano e meio de assalto laparoto já fez esquecer toda a história de portugal para trás ( boa ou má).
As facas já estão a afiar , pega na trouxa e nos miudos, arrastadeira, porque daqui para a frente vai aquecer.E quando aquece, os chibos começam a deitar nomes cá para fora...

altaia disse...

este 4.32 pensa que todos são parvos deve ser algum amigo destes sérios conselheiros do governo. alguns só para te recordar duarte lima dias loteiro como diz o amigo cavaco mais isaltino major loureiro o coimbra e não esquecer tecnoforma do passos et. etc.estes andaram lá mais tempo e eram todos tesos o socras até teve dinheiro para estudar sem ser por equivalencias por isso mete a viola no saco arrastadeira.

Anónimo disse...

Mais um texto muito bom para desmontar as artimanhas desta cambada que nos desgoverna.

Mestre Finezas disse...

As aldrabices de Passos Coelho

Maio de 2011: Passos Coelho no encerramento do fórum “Mais Sociedade”, em plena propaganda eleitoral, mente descaradamente aos Portugueses:



"Sobre o Governo e a governação que espera dirigir, O presidente do PSD, afirmou hoje que fez as contas e está em condições de garantir que não será preciso cortar salários nem fazer despedimentos, para consolidar as finanças públicas portuguesas.



“Nós calculámos e estimámos e eu posso garantir-vos:



Não será necessário em Portugal cortar mais salários nem despedir gente para poder cumprir um programa de saneamento financeiro”, afirmou Pedro Passos Coelho. O PSD quis “vasculhar tudo” para ter contas bem feitas e, “relativamente a tudo aquilo que o Governo não elucidou bem”, procurou “estimar”, preferindo fazê-lo “por excesso do que por defeito”, referiu.



“Não será necessário em Portugal cortar mais salários nem despedir gente para poder cumprir um programa de saneamento financeiro, mas temos de ser efectivos a cortar nas gorduras do Estado”, completou Passos Coelho segundo quem, o valor do défice de 2010, revisto “em muito poucas semanas de 6,8 para 8,6 e de 8,6 para 9,1”, é na verdade de “10,2 por cento” do Produto Interno Bruto (PIB). "

Visto no Povo Livre, de 4 de Maio de 2011

Anónimo disse...

Só uma arrastadeira com qualquer disturbio ou incapacidade mental é que não fecha a matraca para sempre , depois de lêr o que o leitor Finezas postou...

João Brito disse...

É lamentável que vozes como esta não tenham mais acesso aos jornais e têvês.

António Barrete Poeira (para os olhos) disse...



Pois, pois, ladras muito, mas não me alegras, panasca reles das 4:32 de Sexta-feira.

ISTO é que é GAMAR COM STYLE, MAN:

http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=2909274&page=-1

Anónimo disse...

para o anonimo da 4.32, com que direito o sr. fala do governo socrates se era um governo sem maioria e que os seu compadres logo no orçamento de estado para 2011, antes do PEC 4 começou com a crise politica no pais o proprio passos a enviar cartas misteriosas para financial times, o tempo de espera para abstenção do orçamento enquanto isso e por causa dos bitaites do passoa e companhia entretanto os juros aumentavam até chegar-mos ao PEC 4 e mandarem-nos para o lixo, com isto tudo quero dizer com que propósito obrigaram um governo a sair só para irem para o poleiro e privatizar isto é continuar a roubar e qu o diga o catroga e já agora factos provados duarte lima, isaltino e cª factos provados confiscar os bens e assim pagar dívida do BPN que pelos vistos o governo não devia ter feito o que fez, mas foi mais um para privatizar, asim como será a CGD e futuro banco que este governo pretende criar.
BANDO DE LADRÕES.