terça-feira, março 19, 2013

Events, dear boy, events¹…

Uma nota breve dirigida aos críticos de A. J. Seguro, aos mais jovens, aos menos jovens, aos bloguistas apressados e a outros escribas acocorados, sobre três erros básicos em matéria de estratégia política:
    a) É um erro confundir acção com agitação. (Essa é a especialidade da extrema esquerda).
    b) É um erro pretender ter razão antes do tempo e querer actuar em função dessa ilusão.
    c) É um erro, e uma ingenuidade, acreditar que um líder de sucesso tem a capacidade para criar os ‘acontecimentos’. Não tem. O que tem, isso sim, é sentido de oportunidade. Events, dear boy, events…

Finalmente, também não deixa de ser um erro comum pensar que quem comete estes erros alguma vez os reconheça como tais.

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¹ Knowles, Elizabeth M. What they didn't say: a book of misquotations. OUP, N.Y. 2006. p. vi.

20 comentários :

Baltazar Garção disse...

Crítica apressada mas não acocorada ao eventualmente menos jovem mas mais crédulo Afonso Mesquita:

a) Com Seguro estamos seguros de não cometer esse erro: nem acção, muito menos agitação;

b) Seguro nunca terá razão, nem antes de tempo, nem seguramente depois de tempo;

c) Com Seguro nada se cria, nada se perde e nada se transforma, pelo que nenhuma eventual "oportunidade" fará ou terá sentido.

Aliás, qualquer crítico de Seguro estará sempre bem seguro de não cometer erros, simplesmente porque não pode haver crítica antes de haver obra.

Anónimo disse...

Se agora não há "acontecimentos" ... teremos de esperar pel a III Guerra Mundial ?

Anónimo disse...

O Afonso Mesquita esqueceu-se de referir que, mais do que os escribas - novos ou velhos -, quem está impaciente com o Seguro são os portugueses. Calhando estes também não percebem a estratégia deste génio da política.

Anónimo disse...

Parece-me que os portugueses estão mais impacientes com o governo do que com o Seguro. E a questão relevante não é se percebem ou não a estratégia. É se a estratégia conduz ou não ao resultado pretendido. Pois, o problema está mesmo em acreditar que há génios na política. Não há.

Anónimo disse...

Caro Afonso, "a week is a long time in politics!"(Harold Wilson) , já que estamos em maré de citações.

josé neves disse...

Caro Mesquita,
Concordo inteiramente com c): ninguem consegue saltar sobre o seu tempo, toda ruptura civilizacional tende inexoravelmente a voltar ao ponto de partida (veja-se o caso de revoluções de ruptura) pois, não pode haver descontinuidades no tempo económico, técnico, religioso, ético, costumes, etc, ou seja no labirintico tempo social que cada geração social vive em cada estádio de desenvolvimento.
Quanto a b)penso que o problema não está em querer ter razão antes de tempo que ninguém pode prever e muito menos pretender mas sim, face à conjuntura e ao histórico semelhante conhecido intuir uma convicção firme e actuar de acordo sem tergiversar. Nos entretantos vai minuterizando a situação e se for caso disso saber ajustar ou alterar o rumo.

Sobre a) penso que no caso Seguro não estamos perante alguém capaz de entender e agir de acordo com o ideário que indico atrás.
Com Seguro estamos perante alguém que comete o erro contrário: confunde agitação com acção. Confunde, precisamente, agitar sem convicção o "ter razão antes de tempo" com o pegar na rédea de comando e dirigir a acção segundo uma tomada de convicção.

Anónimo disse...

O futuro não paga a traidores, e o presente não gosta deles. Seguramente.

Max disse...

Caro Afonso Mesquita:
Só tenho uma dúvida em relação a esta crise. Durante quanto tempo os "mercados" ganham dinheiro com ela. É que no final, quando já tiverem sugado toda a riqueza, os próprios "mercados" terão que forçar o crescimento para poderem voltar a ganhar mais dinheiro. Porque eles ganham sempre, com recessão ou com expansão.
Se for pouco tempo, então a exuberante estratégia de "homem estátua" adotada por A J Seguro transformará P P Coelho num herói. Quando os mercados forçarem o crescimento, será ele que vai estar no poder e logo, será ele a vencer a crise.
Se for muito tempo, então a exuberante estratégia de "homem estátua" adotada por A J Seguro transformará P P Coelho num herói. Quando os mercados forçarem o crescimento, será ele que vai estar no poder e logo, será ele a vencer a crise.
É que A J Seguro é duma total e completa boçalidade. Ele não tem ideias, ou se as tem esconde-as muito bem. Não é alternativa a nada. A alternativa dele é juntar alguma simpatia às medidas do governo. Ele faria exatamente o mesmo, mas explicaria melhor.
(Eu sei que a alternativa era entre ele e o Assis, cujo sonho é formar uma ampla frente de esquerda com a ala mais à direita do CDS, mas se o partido não apresenta melhor...)
Agora confundir imobilidade com estratégia, caro Afonso, por favor.

Anónimo disse...

Será que aqueles gritos histéricos sobre «a hora de mudar» não são estratégia nem ação ?

Anónimo disse...

O único acontecimento em que seguro e muitos dos seus acólitos se emprenhou no inicio do mandato foi o de tentar enterrar e fazer toda uma série de coisas boas que o seu antecessor fez...aliou-se à narrativa da direita para fazer esquecer a narrativa alternativa.

E agora que se vê que a narrativa da direita é uma falácia...seguro ficou sem narrativa.

Por isso é que tudo o que diz agora para tentar aproveitar demagogicamente aquilo que já toda a gente viu...NÃO COLA.

Seguro foi o primeiro interessado em enterrar a única narrativa que ...apesar de dificil num certo tempo...era a única que se poderia contrapor àquilo que, para evidência de todos é o desastre que entra pela porta de todos.

Só é pena que os MOSQUITAS deste mundo andem sempre a pairar sem memória ...mas apostados na glosa de coisas avulsas do que na coerência dos principios

Anónimo disse...

Este Afonso é o mesmo de sempre?

Será um daqueles que está sempre na sombra de um líder? Qualquer que ele seja?

E não gosta de críticos? Ou isto são apenas sussuros exibicionistas para certos iniciados?

A sua agitação é a sua ação; a sua razão tem sempre um tempo e sentido de oportunidade é coisa que não lhe falta.

Atenção criticos...quem escreve assim não é calvo... tem sempre um cabelinho a espreitar.

Anónimo disse...

O problema de Seguro não é apenas Seguro mas o aparelho que o apoia.
Seguro sabe que para vencer esta crise é preciso alterar tudo. Radicalmente.
A quem conttrola o partido é que não convém mudança nenhuma. O que lhes convém é a dança de cadeiras com o PSD, ora danças tu ora danço eu.
O partido irá assim aguardar que o poder lhes caia de maduro nas mãos para que tudo continue na mesma, o país que se vá lixando nos entretantos.Sendo que é sempre possivel esmifrar mais, haverá sempre pote para distribuir.
Seguro é o mono exacto para que isso aconteça e têm representado o papel na perfeição.
É também, infelizmente, o único que ainda não percebeu porque está onde está e para quê.

Olimpico disse...


Passos Coelho. chamou para "Primeiro Ministro", Vitor Gaspar, e o resultado está à vista...
O Partido Socialista vai ser governo, também com o meu voto. Como não sou militante, quero a liderar este País em crise, alguém diferente de Passos Coelho....Não há mais tempo para experiências....E a Itália aqui tâo perto....

Com simpatia Afonso.

Anónimo disse...

O pior é que mudar por mudar não é suficiente...sobretudo por alguém que não tendo qualquer ideia mobilizadora, deixou cair tudo o que de bom o PS tem no seu ativo e que pode capitalizar em beneficio deste País:

...uma reforma da segurança social bem sucedida;
... um programa de novas oportunidades;
... a valorização da escola pública nas suas várias vertentes;
...o cluster das energias renováveis...
...o simplex e a diminuição dos custos de contexto;
... a reforma da saúde iniciada por Correia de Campos e combatida por aquela aliança que unica PSD, PC, PP e BE;
... o plano tecnológico;

e por aí fora

Foram tudo aspetos muito positivos e o PS não conseguirá reconstruir qualquer ideia mobilizadora se não souber valorizar o seu património.

Mas se Seguro e os Afonsos deste mundo...acham que a sua proposta é apenas deixar o cheiro do poder atual chegar ao insuportável...

É com Afonsos e Mosquitas destas que as pessoas acham que pouco pouco adianta mudar por mudar...

É por Mosquitas destas que a mensagem não passa... é gente que vive e sobrevive e só vinga no apodrecimento da situação atual.

Também não sou PS e também não suporto já este Governo, mas já não suporto mais dar um cheque em branco a alguém que só diz palavras ocas, como mudança, crescimento, vou fazer diferente...

Anónimo disse...



Lá vem a socratagem trapaceira dizer mal do Dr. António Manel Seguro acho estranho, que ninguém do PS levante a voz em sua defesa deve ser da censura instalada neste vlogue de socretinos enfim, a falta de vergonha não tem limites. temos pena

Anónimo disse...

É engraçado ver como alguma malta da direita, que nunca votará seguro, se levanta em peso para defendê-lo sempre que alguém à esquerda o questiona.

Perceb-se bem porquê.

Seguro é o seguro de vida deste governo...

Anónimo disse...

É bem sintomático da verticalidade de alguns individuos bem ativos, influentes e próximos de Sócrates vê-los agora a colaborarem com uma linha politica interna cuja primeira prioridade foi desviar-se de uma verdadeira oposição ao Governo e ao caminho que trouxe o Pais para este abismo e alinhar numa adjetivação imprópria de uma história de que eles terão feito parte.

São os criticos do seu próprio passado.

E tenho muitas dúvidas que os criticos não assumidos do seu próprio passado, tenham legitimidade de se dirigir a qualquer critico.

Anónimo disse...

Este Afonso é o filósofo aqui do CC que volta e meia publica uns posts assim tão rebuscados que não se percebe nada...
Gosta de mostrar que sabe línguas
Gosta de citar filósofos
Gosta de citar assim umas coisas...
E pelos vistos também gosta de mostrar ao líder do momento que é o pensador ali ao serviço.

Pelos vistos, o Afonso nunca é crítico... ou melhor, o único papel que sabe ser é o de crítico dos críticos... qualquer que seja a crítica.

Mas mesmo quanto a estes é só a partir de certa altura - só a partir do momento em que pensa, porque é um pensador, que os criticos vão continuar criticos. No principio é mudo, depois é dúbio e depois passa a eminência da iminicência.

E joga sempre pelo seguro, qualquer que seja o seguro

Porfirio Silva disse...

Gostei particularmente dos "escribas acocorados". Dava muita conversa, isso, aqui - mas nunca fez o meu género, especialmente quando me tocou defender alguns dos autores deste blogue.

O Cão Raivoso rosnou e disse...



... uma última achega para o empoleirado Mesquita:

z) Confundir acção com agitação é a "especialidade da Extrema-Esquerda", não é? O Lenine, por exemplo, que o diga!


Já o camaradinha Seguro, se vivesse em Petrogrado em 1917, teria dito ao Czar que aquilo ainda não era a sério, que era mais uma pantominice extemporânea e votada ao fracasso, como a insurreição moscovita de 1905. E teria ido jantar lagosta com ele e o Kerensky...