segunda-feira, maio 27, 2013

Passos saberá o nome de todos os grumetes às suas ordens?

Ninguém deveria discutir a necessidade de serem dadas condições aos governos para poderem exercer as suas funções. Acontece que Passos Coelho não se cansou durante a campanha eleitoral, e até depois de se alçar a São Bento, de fazer demagogia com a questão.

Com efeito, o alegado primeiro-ministro comprometeu-se a reduzir drasticamente a dimensão dos gabinetes ministeriais, garantindo então que haveria regras muito rígidas na constituição das equipas ministeriais, que “poderão recrutar um ou dois adjuntos”, tendo de recorrer aos quadros da administração pública para compor o resto das suas equipas.

Mesmo nas vésperas das eleições, Passos Coelho, entrevistado na TSF, foi mais longe: assumiu o compromisso de fazer uma lei que obrigaria, até ao final do mandato do Governo, a reduzir para metade o número de assessores dos gabinetes ministeriais.

Já alçado a São Bento, a demagogia de Passos Coelho não deu sinais de fraquejar. Veja-se, por exemplo, o que disse numa conferência do Diário Económico: o Governo pretende também «acabar com esta ideia de um Estado paralelo que é construído dentro dos gabinetes dos ministros e dos secretários de Estado e que desqualifica a Administração», impondo que assessores e adjuntos sejam recrutados «na Administração Pública» de forma a impedir que «cada vez que um Governo é substituído ou uma equipa ministerial é substituída todo o saber, toda a competência saia com os titulares desses lugares» e fazer com que esta permaneça «na Administração para que seja efectivamente do Estado e não do Governo».

Vem isto a propósito de mais um boy de Relvas (com vasta experiência na assessoria de comunicação da Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros) que é hoje transferido para o gabinete de Passos Coelho — que, a exemplo do que Cavaco fez com Fernando Lima, o melhor mesmo é não os deixar à solta a andar por aí.

Depois de tudo o que Passos Coelho andou a proclamar, o leitor faz ideia da dimensão do batalhão que está ao seu serviço, já para não falar do pelotão às ordens do secretário de Estado Adjunto do Primeiro-ministro? Veja aqui.

3 comentários :

Anónimo disse...

Recordo-me de um site que surgiu durante a pré-campanha e campanha que se intitulava "O Povo é que Paga".
Era um exemplo de demagogia, populismo e desonestidade intelectual (passe as redundâncias).
Não sei se ainda está activo, mas lembro-me que fazia uma actualização diária das nomeações que iam sendo publicadas no Diário da República", designadamente de cargos dirigentes da Administração Pública.
Era tudo para lá atirado, de modo a fazer parecer que havia novas nomeações, quando uma análise um pouco mais atenta revelava que na maior parte dos casos tratava-se de reconduções em cargos que não eram criados porque já existentes.
Pedir seriedade e honestidade a alguém do PSD seria pedir de mais, e aquele site era a prova de que aquela gente é capaz das atitudes mais rasteiras para alcançar o poder.
Agora pergunto: o site ainda está activo?
E se está activo, o servidor aguenta com tanto gigabyte de informação lá introduzida nestes dois anos? Aguenta, aguenta?

james disse...



Manias de africanista, com muitos pretos a trabalhar para ele.

Um parolo. Não há outra explicação.

O Povo é que as paga disse...




MAS UM DIA A CASA VEM ABAIXO.