sábado, julho 06, 2013

Mudança de epígrafe


Já não é sem tempo que se altera a epígrafe. Todos sabemos o que Pedro Passos Coelho pensava, em Dezembro de 2008, acerca da resposta do Governo do PS à maior crise dos últimos 80 anos:
    O Governo tem estado bastante bem nas respostas que tem encontrado para a crise financeira, que, de resto, não são respostas muito originais, são concertadas ao nível europeu, mas que têm funcionado bem em Portugal”.
Fiquemos agora com uma marca indelével da profunda crise política que danificou irremediavelmente a coligação de direita — extraída do comunicado em que Paulo Portas anuncia a sua irrevogável demissão do Governo. Eis a nova epígrafe:
    (…) ficar no Governo seria um acto de dissimulação.

10 comentários :

Anónimo disse...



Um histérico e um obsessivo, in José Miguel Júdice, a ser entrevistado por António José Teixeira, "A Propósito", SIC-N, 6 de Julho de 2013

pvnam disse...

Os «PORTUGUESES-DO-PREGO» (leia-se, os portugueses que estão a colocar Portugal no prego) falam em despesa "não enquadrada" na riqueza produzida... e depois:
1- metem o país a fazer empréstimos… para pagar empréstimos;
2- vendem recursos estratégicos para a soberania... à alta-finança/capital-global;
3- após terem conduzido o país em direcção à bancarrota... começam a proclamar federalismo… (leia-se, implosão da soberania);
4- etc.
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-> Não é com um partido nacionalista que Portugal vai conseguir SOBREVIVER!...
-> Para sobreviver Portugal precisa de um Movimento Nacionalista que 'corte' (SEPARATISMO-50-50) com os «portugueses-do-prego».
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P.S.1
-> Andam por aí muitos 'nacionalistas' a mandar areia para cima dos olhos de OTÁRIOS… leia-se, adoram falar em 'fait-divers'… desviando as atenções daquilo que é essencial: uma ESTRATÉGIA DE LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA da Identidade!
{nota: uma NAÇÃO é uma comunidade duma mesma matriz racial onde existe partilha laços de sangue, com um património etno-cultural comum. Uma PÁTRIA é a realização de uma Nação num espaço}
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P.S.2.
--- Nazismo não é o ser 'alto e louro'... mas sim a busca de pretextos com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros!...
--- Os nazis desmultiplicam-se na busca de pretextos... para negar o Direito à Sobrevivência de outros...... um exemplo: os nazis 'globalization-lovers'/(anti-sobrevivência de Identidades Autóctones) buscam pretextos... para negar o Direito à sobrevivência das Identidades Autóctones.
--- Pelo contrário, os SEPARATISTAS-50-50 não têm um discurso de negação de Direito à sobrevivência de outros... os separatistas-50-50 apenas reivindicam o Direito à Sobrevivência da sua Identidade! (obs: os 'globalization-lovers' que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa)
{nota: há que mobilizar os nativos... que... possuem disponibilidade emocional para abraçar um projecto de Luta pela Sobrevivência}
{nota 2: os portugueses-do-prego não defendem uma estratégia de renovação demográfica (média de 2.1 filhos por mulher9… os portugueses-do-prego 'dão musica' a parvinhos-à-sérvia... vide Kosovo…}

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P.S.3.
--- Existem mais de 1200 milhões de chineses, existem mais de 1200 milhões de indianos, etc, etc, etc… e… existem Nazis-Democráticos!
--- Os Nazis-Democráticos insistem em acossar/perseguir qualquer meia-dezena de milhões de autóctones que defenda a sobrevivência da sua Nação/Pátria… leia-se: os Nazis-Democráticos pretendem determinar/negar democraticamente o DIREITO À SOBREVIVÊNCIA de outros…

joao disse...

Desculpem mas não estão a ser sérios, pois omitem o início da frase e isso altera o sentido. Falta "tendo em atenção a importância decisiva do Ministério das Finanças,". E a verdade é que Portas neste acordo fica com a "importância decisiva" que a MF não terá. Lamento, mas parece-me que desta vez foi muito mal escolhida a epígrafe e essa escolha não é intelectualmente honesta. Certamente arranjariam muito melhor, não faltam exemplos.

Eduardo disse...

Leitor João. Nenhum governo, europeu ou não, poderá um Ministério das Finanças que não tenha "importância decisiva". Por muitos malabarismos de palavras e organogramas que se façam, o Ministério das Finanças é sempre um ministério decisivo. Por maioria de razão, num país com um processo de ajustamento às costas. Por isso, a epígrafe parece-me especialmente bem escolhida - simboliza a hipocrisia deste governo e (como veremos mais à frente) a insustentabilidade da solução encontrada.

RFC disse...

... Existe outra frase de pueril antologia política numa edição antiga do P., que será um ponto essencial para se compreender o *percurso* do ministro-sempre-ministro Paulo Portas nos últimos dois anos. Tenho a certeza de que foi proferida quando, no princípio da coligação, o Paulo Portas dirigiu (?) por um dia o jornal da Sonae. Nela sentenciava, dirigindo-se aos portugueses, que não se preocupassem, porque o ministro Vítor Gaspar sabia mesmo o que estava a fazer... Talvez um leitor do CC tenha alguma memória disso e talvez tenha por hobby, cumulativamente, esta variante da arqueologia dos *tesouros* mediáticos (e conseguisse recuperar o texto, que mereceria ser exposto numa vitrine).

Anónimo das 11:16 PM
Histérico e obssessivo para o José Miguel Júdice (durante uma entrevista que serviu claramente uma estratégia* para repintar a imagem do Passos Coelho enquanto estadista, diga-se), ou temperamental disse também a Ana Gomes com um meio-sorriso, etc.

* A SIC, SIC N e Expresso tornaram-se de há muito em players que não brincam em serviço, ainda + nestas ocasiões.

joao disse...

Caro Eduardo, se MLAlbuquerque assumisse o papel de Gaspar seria a n.º 2 do governo. A frase completa significa que Portas nao aceitaria MLA como n. 2. O acordo PPC/PP coloca este último como n. 2, logo a afirmação de Portas ganha alguma coerência. Acho muito, mas muito mais relevante e de uma hipocrisia total a peremptória expressão "irregovável". Lamento que o Corporações coloque uma epígrafe com uma parte omitida em (...). Acho muito lamentável.

Miguel Abrantes disse...

Caro João:

1. Não vejo onde está a deturpação.

2. Esquece-se que Passos afirmou de imediato que, com a saída de Gaspar, Portas seria o n.º 2 do Governo.

joao disse...

Miguel Abrantes, Portas diz que ficar no governo seria um ato de dissimulação no contexto que consta do trecho que foi propositadamente omitido. Esse contexto não se manteve, dado o reforço de poderes que entretanto ocorreu, logo e do estrito ponto de vista retórico/argumentativo a afirmação de Portas é defensável.

Miguel Abrantes disse...

O João escreveu: "A frase completa significa que Portas nao aceitaria MLA como n. 2."

Acontece que MLA nunca foi apresentada como sendo a n.º 2. PPC afirmou de imediato que Portas seria o n.º 2.

Está a ver que está a defender o indefensável, até porque MLA continua como ministra de Estado e das Finanças?

Eduardo disse...

O João, que acha que O CC tirou uma curta frase do contexto, é que está a esquecer-se do essencial: a frase integral que cita faz parte de um texto em que Paulo Portas culpa Passos Coelho pela situação a que chegámos, por incompetência e falta de liderança. Seria, diz PP, dissimulação continuar num governo assim. Acontece que, desse ponto de vista, o governo ainda ficou pior, na medida em que ficou mais evidente a irrelevância de PPC. Ou seja, a alegada vitória de Portas neste processo é alcançada à custa do agravamento da fraqueza que ele criticava.