O PSD funciona como uma daquelas empresas que, para escapar aos credores e ao fisco, se dissolve num dia e reabre portas no dia seguinte. Já assistimos a isto várias vezes no mundo laranja. Rui Rio parece ser o eleito para o pós-passismo — ensaiando a artimanha de se demarcar do actual PSD para poder aparecer de cara lavada. Em todo o caso, vale a pena ler a entrevista de Rui Rio à Visão, na qual faz declarações brutais sobre a Miss Swaps (e sobre Vítor Gaspar):
- Vítor Gaspar saiu tarde ou vai fazer falta?
A competência técnica e a coragem são reconhecidas. Só não percebo porque persistiu de forma tão convicta numa política que não estava a atingir os resultados pretendidos.
Já disse que Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças, não tem perfil para o cargo. Porquê?
A primeira vez que a vi foi na televisão. Julgo que falava sobre a equidade nas reduções de salários e não me pareceu que estivesse a dizer a verdade. Fiquei um bocadinho chocado. Conheci-a depois enquanto secretária de Estado do Tesouro no âmbito de dossiês relacionados com o Porto e a experiência foi péssima. A senhora comportou-se com alguma arrogância, por vezes até de forma pouco adulta. No caso da Sociedade Reabilitação Urbana foi dramático. Não perceber o efeito multiplicador do investimento nessa área é um erro básico para quem ocupa o cargo que ocupa.
Como vê o envolvimento da ministra no caso dos swaps?
Com alguma maldade, a ministra decidiu travar um combate político contra os swaps. Afastou dois secretários de Estado porque aprovaram swaps. Promoveu a secretário de Estado quem os quis fazer, com a pior das intenções do ponto de vista do interesse público. Ela, que os fez na REFER, não saiu do Governo nem ficou secretária de Estado: foi promovida. Qual a coerência disto tudo? A Junta Metropolitana, que tem 40% da Metro do Porto pediu-lhe o estudo do IGCP sobre os swaps da empresa e a senhora ministra nem respondeu. A gestão desta polémica é desastrosa. Saiu-lhe o tiro pela culatra.
A ministra mentiu?
Pelo menos, não disse a verdade toda.
2 comentários :
A coerência é a já habitual incoerência desta gentinha...(para não lhe chamar outras coisas...)
Pois é, mas diz mais numa palavra que o parvo do Seguro numa entrevista inteira!
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