terça-feira, setembro 10, 2013

Do regabofe


Antes das eleições legislativas, Passos Coelho comprometeu-se a constituir “um governo com uma dimensão historicamente pequena”, tão devotado ao serviço público que “as pessoas que estão no Governo têm que se habituar a dar o exemplo, a andar no seu carro e de transportes públicos.

Os próprios gabinetes ministeriais seriam uma coisa nunca antes vista. A palavra a Passos Coelho: “Um membro do Governo tem direito a escolher um chefe de gabinete, uma ou duas secretárias de confiança, um ou dois adjuntos. Acabou. O resto que tiver que recrutar tem que recrutar na administração”. E para que não subsistissem dúvidas sobre o seu indómito ânimo de impor a ordem num mundo em profunda desordem, Passos Coelho foi mais longe: “Porque todas estas coisas virão no Diário da Republica mas esse não é o jornal que os portugueses mais consultam, nós assumimos o compromisso de publicarmos, todos os meses, com toda a transparência, na Internet, todas as nomeações que forem feitas, explicando quem é aquela gente, de onde vêm, que habilitações têm, o que vão fazer e o que vão ganhar.

Como sabemos, a realidade pós-eleitoral afastou-se a grande velocidade das declarações pré-eleitorais de Passos Coelho.

Tomemos o caso que hoje consta do Diário da República. Um tal João Montenegro, que era até esta data adjunto do gabinete de Passos Coelho, foi exonerado, pelo Despacho n.º 11700/2013 de Passos Coelho, e, no mesmo momento, designado, pelo n.º Despacho n.º 11701/2013 do mesmo Passos Coelho, “para prestar as funções de assessoria técnica especializada ao meu Gabinete no âmbito das respetivas habilitações e qualificações.” Já que o alegado primeiro-ministro fala em “transparência”, pergunta-se:
    • Que razões justificam esta alteração de funções?
    • Que “habilitações e qualificações” possui João Montenegro, já que não constam da nota curricular?
    • Sendo referido que João Montenegro “desempenhou funções no setor bancário, tendo exercido funções como Técnico Administrativo e como Gestor de Cliente”, por que motivo foi omitido que trabalhou no BPN?

ADENDA — O Público acaba de se referir a este caso: Passos Coelho promove e aumenta colaborador.

2 comentários :

Anónimo disse...

Este 1º. sinistro é um calhordas sem vergonha na cara. Como é possível haver neste país gente estúpida que ainda dá crédito e vota neste aldrabão, vigarista, ladrão, que já há muito deveria estar atrás das grades. Realmente isto não é um país daí que possa fazer o que bem entende. Já Salazar, Franco , Hitler faziam o mesmo.

Anónimo disse...

Deve ser primo daquele outro Jacinto Capelo Rego.