quarta-feira, janeiro 08, 2014

Quando a fonte do Correio da Manha é um professor de jornalismo

A história começou assim (não se prendam com a pontuação): “José Sócrates disse há pouco no seu comentário na RTP, que se lembra bem do dia em que Eusébio derrotou a Coreia. E lembra-se porque saiu de casa para a escola, já Portugal perdia 3-0. Eu tb me lembro: pelo jogo e porque estava de férias à escola. A mesma onde J. Sócrates andava.” Este trecho foi escrito no Facebook por João Figueira, um cidadão de Coimbra, algo entradote, que se apresenta como professor de jornalismo e que costuma abrilhantar alguns eventos locais do Bloco de Esquerda.

Estava dado o mote para mais uma parangona do Correio da Manha. Contactado por Paulo Pinto Mascarenhas, ex-assessor de Paulo Portas, João Figueira teve direito aos 15 minutos de fama que a vida ainda não lhe proporcionara.

Mas não ocorreu ao professor de jornalismo que a veracidade da sua história haveria de ser testada. Ao que julgo saber, vários jornalistas o questionaram, tendo então ele procurado corrigir o tiro: “Depois da notícia que saiu hj num jornal, onde sou citado a propósito deste post, quero sossegar os meus amigos, dizendo-lhes, como disse quando fui contactado pelo jornalista, que eu e J. Sócrates apenas frequentamos a mesma escola e liceu. Não fomos da mesma turma e do mesmo ano.”

Não chega, caro professor de jornalismo (de ética?), porque a inconsistência da história é notória. Não tendo sido “da mesma turma e do mesmo ano” de Sócrates, deveremos aguardar por um novo post a confessar que não foram contemporâneos na escola? Ao menos, Eduardo Fonseca, jornalista e autor do programa na TSF 'Hora da Bola', foi categórico: “Eu, que aos 11 anos não era muito dado a futebóis, saí das aulas, na Escola Industrial, às 14h50. Era o dia 23 de Julho de 1966, um sábado, e às 15h00 começou o jogo, a contar para o Campeonato do Mundo.”

7 comentários :

Unknown disse...

Sim, nessa altura haviam aulas aos sábados de manhã nos Liceus e Escolas Industriais e Comerciais. De tarde havia a malfadada Mocidade Portuguesa. Tudo certo até aqui, mas nas escolas primárias como era?

Anónimo disse...

Caro, Abrantes

Esse seu "amor" cego por Sócrates não lhe toda por vezes o raciocínio? Tenha cuidado por isso pode degenerar em patologia grave.

Jorge Xavier disse...

António Correia, eu andava na escola primária pública e havia realmente aulas aos sábados até às 16h30...

Alexandre Herculano disse...



Em 1966 não havia apenas aulas, ao Sábado! Para quem não viveu nesse tempo e não sabe nada de nada sobre ele, pois saiba que o Sábado em Portugal ainda era um dia normal de trabalho, em todos os sectores de actividade! A chamada "semana inglesa" só apareceu em Portugal no princípio dos anos setenta e, de início, apenas nos Serviços, não na Indústria, muito menos na Agricultura, que só a adoptaram com o 25 de Abril.

É bom ter humildade a opinar, sobretudo quando se fala sobre aquilo de que não se faz a mínima ideia...

Anónimo disse...

havia aulas aos sábados mas não no período das férias grandes! Em Julho não estavam todos já de férias?!

Anónimo disse...

Tenho andado arredada da net e não me dei conta desta estória da carochinha.Não fiquei espantada porque, dos manhosos do correio da manha tudo é esperado. Aquela gentalha sofre de doença incurável : sócratite aguda.Tratamento?Veneno para rato e/ou para animal rastejante.

arebelo disse...

A modos que há gentalha e muito jornaleiro afecto ao pote,para quem não chegou a indigência judicial de seu nome "Freeport"que durou cerca de dez anos,custou milhões ao contribuinte e encheu os bolsos com ajudas de custo e outras alcavalas a indignos justicialistas carregados de zelos pidescos.Como raio é que uma só pessoa que nada aufere de tachos,fora das querelas partidárias e isento de responsabilidades governativas, consegue tanta fúria histérica e tamanho pânico?Não creio que estejam em causa comparações com o lamentável e alegado primeiro-ministro,porque nem o mais atrasado mental direitola se atreveria a ir por tal via.