sexta-feira, maio 30, 2014

Alta traição?!

Pedro Coimbra e António José Seguro (foto partilhada aqui)

• Fernanda Câncio, Alta traição:
    «Se for ao Google e colocar a expressão do título, a segunda entrada, a seguir a um filme com Steven Seagal, é relativa ao PS e a António Costa. O emissor da qualificação é um Pedro Coimbra, presidente da Federação socialista da cidade do mesmo nome. E que alega ele para a justificar? Que "há pouco mais de um ano Costa e Seguro assinaram em Coimbra um documento de linhas programáticas para o PS nos próximos anos".

    Para o coimbrão Pedro, ter assinado com um líder um documento genérico para um partido e um ano e duas eleições nacionais depois considerar que esse líder pode não ser a melhor opção para a liderança, propondo um confronto de ideias e votos, é equivalente a uma ação criminosa contra o Estado - definição comum de "alta traição", associada a tentativa de assassinato de um soberano, espionagem a favor de nações inimigas e "venda de segredos" - perpetrada por alguém com uma obrigação de lealdade para com o mesmo. Apunhalar "o nosso lado" e favorecer o inimigo, resumindo - ato desprezível historicamente punido com a morte.

    Não, não desconsideremos já Pedro e a sua asserção como produtos de uma ridícula dramatização da normalidade democrática. Investiguemos. Para começar, que faz "o inimigo"? É Nuno Melo, o eurodeputado que sobra ao CDS/PP após a histórica derrota da coligação, a dar o tiro de partida da reação da direita. Logo após o anúncio da disponibilidade de Costa, acusa-o no seu Facebook de ter "feito o que podia para a vida correr mal a Seguro nas europeias e agora (...) apresenta-se como o salvador disponível para juntar os cacos" - ou seja, de deslealdade e traição (lembra alguma coisa?). Ontem à noite, Menezes, reputada autoridade em boas contas autárquicas que a direção do PSD apoiou na candidatura (falhada) à Câmara do Porto, acusava Costa de - custa a crer mas sucedeu - ter "uma grande dívida na CML". Sem qualquer dúvida, PSD e CDS estão encantados com a ideia de Costa assumir a liderança do PS: os ataques são uma sofisticada estratégia de disfarce.

    Quanto ao líder tão cruelmente atraiçoado, que faz? Decreta o voto do partido numa moção de censura do PCP que diz o que seria expectável, e dizia já a que o PCP apresentou em 2012 - que os últimos 37 anos em Portugal (desde que há eleições livres) foram "um retrocesso económico e social" devido "à política de direita executada por sucessivos governos". Um líder de um partido democrático a decretar o apoio a uma moção que insulta a democracia e o seu partido: eis algo que a ninguém passaria pela cabeça chamar traição, muito menos alta. Como a ninguém ocorrerá qualificar como usurpação que esse mesmo líder invoque o voto de "mais de um milhão de portugueses" no PS, nas europeias, como votos em si. Porque é só desespero. E estupidez. Baixa.»

6 comentários :

Ernestina Guimaraes disse...

Uma coisa é a critica politica, obrigação sagrada de quem faz politica. Criar redes de amizadades e promessas, sem qualquer definição politica, baseada no argumento: " se avançar apoias-me, o pá?", para chegar ao poleiro, quando o partido está no governo, o que é? Talvez não seja traição, mas anda perto.
E esta agora de não achar necessario ir discutir a moção de censura ao parlamento...e aparecer no meio, é o maximo!

Anónimo disse...

OWNED.

Zé da Póvoa disse...

A tirada de Menezes é mesmo de cabo de esquadra como diz o bom povo português. Logo ele que levou a Câmara de Gaia, por duas vezes, à falência, que criou empresas municipais para albergar família e amigos às centenas, cujas contas só contêm despesas e passivos, sem receitas e sem ativos, coisa nunca vista em contabilidade pública !!!
Para além de dívidas superiores a 200 milhões, estão agora a chegar à Câmara decisões de Tribunais, problemas que Menezes foi empurrando com a barriga, que implicam indemnizações de várias dezenas de milhões de euros o que está a colocar a edilidade com gravíssimos problemas de insolvência.
De resto, estando a Câmara de Lisboa muito endividada, convém ter presente que foi o legado da administração do PSD/CDS de Santana Lopes que a atirou para essa situação, aliás cuja recuperação está a ser bem conseguida por António Costa. Por outro lado, sendo a Câmara de Lisboa, de longe, a maior do país não se podem fazer comparações com outras menos importantes.

Anónimo disse...

Ó Tózé!, sabemos o que fizeste ao Secretário Geral passado...

Anónimo disse...

"Quanto ao líder tão cruelmente atraiçoado, que faz? Decreta o voto do partido numa moção de censura do PCP que diz o que seria expectável, e dizia já a que o PCP apresentou em 2012 - que os últimos 37 anos em Portugal (desde que há eleições livres) foram "um retrocesso económico e social" devido "à política de direita executada por sucessivos governos".

"País 'perdeu' quase um milhão de crianças desde 1981"

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3943395

João.

OLimpico disse...


Tinha que ser um Pedro, a dar a primeira "pedrada"...Vamos aguardar para vêr onde estará este Pedro "militante responsável" da federação de Coimbra.. lá para Outubro do presente ano.