segunda-feira, junho 08, 2015

«O que PSD e CDS têm a propor aos portugueses
é a transformação dessa mesma tragédia numa farsa»

— Ó Paulinho, vais ter de enfiar o boné e voltar às feiras.

    «Depois de terem burlado os portugueses nas eleições de 2011, eis que PSD e CDS, de forma despudorada, propõem-se repetir a farsa nas eleições de 2015. Em 2011 prometeram defender o estado social, prometeram não cortar salários, prometeram não cortar pensões, prometeram combater a pobreza e prometeram uma reforma do Estado sem custos para as pessoas. Fizeram exatamente o oposto. E agora, em 2015, transformam as promessas de 2011 em garantias de 2015 e voltam a prometer tudo outra vez. Só se engana quem se deixa enganar.

    Dois partidos que tentam fingir que não enviaram para Bruxelas um Programa de Estabilidade que prevê cortar pensões em pagamento já em 2016 falam agora de confiança, estabilidade e previsibilidade nos rendimentos das famílias. Dois partidos que degradaram a saúde pública e transferiram recursos para a saúde privada, que promoveram o caos nas escolas e criaram um rombo na Segurança Social superior a oito mil milhões de euros dizem que é agora que vão defender o Estado Social e os serviços públicos. Dois partidos que acabaram com todos os programas de educação e formação de adultos dizem que é agora que vão apostar nas qualificações dos portugueses. Dois partidos que inverteram a trajetória de redução da pobreza e das desigualdades dizem que é agora que vão apostar no combate à pobreza e desigualdades. Dois partidos que desinvestiram brutalmente na ciência e na investigação garantem fazer o oposto. E por aí fora.

    PSD e CDS tomam os portugueses por tolos e dizem: estão a ver estes dois partidos que vos mentiram descaradamente nas eleições de 2011 e fizeram o contrário do que prometeram? Pois bem, esqueçam tudo isso e acreditem em nós quando juramos querer regressar às promessas (quebradas) de 2011. Agora é que é a sério, diz quem já mostrou não ter um pingo de seriedade.

    As propostas do PS são conhecidas, estão quantificadas e têm sido amplamente debatidas na sociedade portuguesa. As propostas do PSD e do CDS ou não existem ou correspondem a meras enunciações de princípios ou, pior, são o contrário do que a atual maioria fez nos últimos quatro anos.

    O país precisa de uma estratégia credível que permita criar emprego estável e de qualidade. O país precisa de retomar o investimento em ciência. O país precisa de combater a pobreza e as desigualdades. O país precisa de serviços públicos de qualidade e de um Estado Social que esteja ao serviço dos portugueses. O país precisa de confiança, rigor, estabilidade e de retomar uma trajetória de desenvolvimento económico e social. É isso que o PS propõe. Depois da tragédia dos últimos quatro anos, o que PSD e CDS têm a propor aos portugueses é a transformação dessa mesma tragédia numa farsa

4 comentários :

Magus Silva disse...



OS TRÊS SANTOS POPULARES

Os três santos populares, é são Pedro é são João.

Lá vem o são Pedro, depois são João,

Depois Santo António, para a reinação.

Ferve o tempo, fervem as praias,

Está a ferver a nação.

De febre ferve o governo.

Portugal está enfermo.

Em tempo de reinação.



E os santos que nos calharam,

Andam numa aflição.

Já cantaram, já rezaram,

Já nos mostraram o papão,

E para o mal nos fadaram,

Se não lhes dermos razão.

O Portas irrevogável,

Anda muito menos afável

Para o seu sismo grisalho.

Ficaram para trás doridos

Os velhos assim esquecidos.

Surgiram outros motivos.

E o Portas irrevogável,

É agora pouco afável.

E o Santo que não abona

Em favor de quem trabalha,

Anda para aí numa fona,

A ver se mais nos baralha.

Mentiu-nos e diz que é sério,

Despiu-nos e diz que não,

Que ele é que tinha razão,

E para nossa estupefacção,

Volta a mentir e diz que não,

Se nos mente, é com razão.

Irá ficar conhecido,

Como santo do fingimento,

Para quem não é esquecido.

Quando se sente aturdido,

Vai suplicar a são Bento,

Que é da sua devoção,

E o santo lhe dá razão,

E a extrema salvação.

São três santos, mas são poucos.

Tem outros Serafins,

Para pedir moedinhas.

Na televisão instalados,

Fingindo que estão calados,

Serenos, imparciais,

Vão assim juntando mais

Moedinhas esmolares.

Atacando dos Jornais,

Há por ai outros anjinhos

Que sem culpa, coitadinhos,

Vão mandando os seus sinais.

Vão longe os tempos de três

Serem santos populares,

Era a conta que deus fez.

Agora há muitos mais,

São os modernos sinas,

De que são menos iguais

Nossos santos populares.

Mas se não temos Teresinha,

Santa mártir de outro tempo,

Temos para aí outra santa,

Que, sem ser martirizada,

Com treta bem preparada ,

Muito nos vai martirizando,

Até, nem sabemos quando…

Anónimo disse...

O que é que o PS tem a propor aos tugas? Mais bancarrota, evidentemente. Of course.

Peixeira de Truz disse...



Mais "banca rota", arrastadeirazinha. É assim que se diz e escreve, no "maravilhoso" mundo do comentarismo jotinha. Pedaço de maçarico...

Anónimo disse...

Magnífico artigo! Obrigada CC por fazerem este excelente serviço público que a comunicação social tradicional portuguesa já não faz (salvo alguma rara excepção para um artigo ou outro) M.